Série Primeiros Passos: A missão da Igreja - Por Pastor Adriano Rufino

Numa bela noite, certo homem teve um sonho. Sonhou que a boca, as mãos, os pés e o cérebro decidiram se rebelar contra o estômago. A queixa era de que, enquanto todos trabalhavam exaustivamente, o estômago nada fazia. Acusavam-no de ser preguiçoso e de não se esforçar como os demais. Apenas recebia os alimentos que as mãos colhiam, que o cérebro pensava e que os pés com esforço levava corpo até lá para serem colhidos e depois triturados pelos dentes da boca.

Decidiram parar de trabalhar. No primeiro dia de greve, o estômago apenas roncou. No segundo dia, o velho estômago não fez nenhum barulho, apenas silenciou. Os dias passaram e, finalmente, os pés decidiram se manifestar. Estavam fracos e mal podiam caminhar. Sussurraram para as mãos: - talvez nós estejamos errados. As mãos por sua vez, concordaram: - bem, de fato, o estômago trabalha a seu modo. Ele não aparece tanto como nós mas tem a sua importância.

Por fim, todos decidiram pôr fim à greve afirmando: - ou todos nós funcionamos juntos ou nada funcionará! Essa estória remete aos ensinamentos de Paulo em sua carta aos Coríntios sobre a função dos membros de uma igreja: "Deus colocou os membros no corpo como quis[...] os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários [...] " I Coríntios 12:18, 22.

As Escrituras se utilizam de vários recursos para definir a Igreja:

. Lavoura de Deus

. Edifício de Deus

. Corpo de Cristo

. Noiva do Cordeiro

. Nação Santa

. Novo Israel de Deus

Somente para citar alguns termos. No entanto, de forma geral, há dois grupos que formam a igreja de Jesus. A Igreja Triunfante e a Igreja Militante. A igreja Triunfante é composta por aqueles que já triunfaram e nesse momento se encontram no céu com Cristo. Esse grupo inclui todos os salvos de todos os tempos que partiram com o Senhor. A igreja Militante, é aquela que está sobre a terra, militando, combatendo o bom combate da fé. Todos nós os vivos somos a igreja militante.

A MISSÃO DA IGREJA

Na I carta aos Coríntios capítulo 12, Paulo utiliza a figura do corpo humano para explicar a missão interna de cada membro da igreja. Ele demonstra que assim como no corpo humano, não é possível desprezar nenhum membro. Mesmo aqueles que menos aparecem em termo de visibilidade ou notoriedade, todos sem exceção possuem importância. É como os membros do corpo,  mesmo alguns não sendo visíveis, possuem valor imensurável.

Portanto, a missão interna da Igreja é cuidar um dos outros e todos compreenderem que não há lugar para estrelas na igreja. O único que possui a primazia em tudo é Cristo. Se cada membro da igreja possui certa importância e foi chamado para desempenhar um papel de acordo com a vontade do Espírito Santo, o Senhor Jesus que é o cabeça da Igreja é essencial pois é ele que alimenta todo o corpo.

No entanto, quanto a missão externa da igreja diz respeito ao seu testemunho e a  obra evangelizadora. Quando os discípulos foram batizados o Espírito Santo, o Senhor Jesus disse: sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, em Samaria, Judéia e até aos confins da terra. Mas os discípulos demoraram a compreender isso porque não haviam entendido perfeitamente o cristianismo.

Eles imaginavam que o cristianismo seria uma espécie de judaísmo atualizado, melhorado. Eles continuavam se circuncidando, guardando o sábado, evitando certas comidas proibidas aos judeus, guardando festas e etc. Foi preciso Deus mandar uma perseguição sobre todos os judeus e sobre a igreja para que eles saíssem de Jerusalém. Mas por que eles demoraram a compreender? Certamente, por causa do preconceito quanto aos gentios.

E também por não compreender o mistério oculto desde a fundação do mundo. O mistério dizia respeito a Deus escolher para ser seu povo, os gentios. Isso era algo que não fazia sentido para um fiel judeu. Eles estavam cheio de preconceitos quantos aos Samaritanos. Seriam incapazes de pelo menos ir na cidade ao lado testemunhar acerca de Cristo.

Por esta razão, vieram as perseguições e mais tarde Deus teve que escolher alguém que pudesse chegar aonde nenhum deles havia chegado. Esse alguém era Paulo, um rabino judeu, aluno de Gamaliel um dos maiores líderes religiosos de Israel àquela época.