"Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência seja de Deus e não de nós" - (2 Coríntios 4:7).
Havia uma bela cidade a 6 quilômetros de Nazaré. Seu nome era Séforis. A história de Séforis é controversa. Por não ser citada no novo testamento, muitos estudiosos veem, - no fato dos autores do novo testamento não citá-la - um ato de protesto contra esta cidade. Tudo porque uma parcela dos impostos cobrados aos judeus na época de Herodes Antipas, era investido em Séfores. Além disso, era uma cidade helenizada. Ser helenizada significa dizer que esta cidade era regida pela cultura grega. Ela possuía um teatro que comportava 4.500 pessoas. Também tinha um importante sistema bancário e rodoviário. Nela habitavam muitos ricos. Quando o templo de Jerusalém foi destruído no ano 70 d.c., os saduceus e muitos sacerdotes foram habitar nela.
Na contramão de Séfores, Nazaré era um povoado. Estima-se que tinha cerca de 500 pessoas morando por lá na época de Jesus. Alguns estudioso sugerem que uma vez que José era carpinteiro, provavelmente deva ter sido contratado para trabalhar em Séfores. E mais: sugerem também que José deva ter levado Jesus consigo. Nessa direção, esses estudiosos dizem que foi da vivência de Cristo em Séfores em sua adolescência e juventude é que ele ao observar o "modo vivendis" daquela cidade, inspirou-se para ensinar muitas de suas parábolas. De toda forma, ainda que Jesus jamais tenha ido a Séfores, é interessante como Ele descreve no capítulo 5 de Mateus à partir do versículo 14 sobre a cidade iluminada sobre o monte. Possa ser que tivesse Séfores em mente quando proferiu a analogia.
Seja como for, há muitas lições a serem aprendidas na analogia de Mateus 5:14. A primeira lição diz respeito ao Ostrakinos. Ocorre que o Ostrakinos era o nome grego dado aos vasos de barros que eram cozidos e depois pintados e serviam como lamparinas nas casas. Eram belos, mas muitíssimo frágil. Por serem feito de material muito abundante: o barro -, eram baratos. Esse objeto lembra o ser humano e sua fragilidade. Precisamos com o passar dos anos cada vez mais de adereços e pinturas para disfarçar a nossa fragilidade imposta pelo tempo. No entanto, aqueles vasos frágeis eram os portadores do combustível que produzia luz. Se, por um lado, os vasos eram frágeis e baratos, por outro, o óleo era raro e caro, considerado assim como um tesouro.
A segunda lição a ser aprendida é sobre a INFLUÊNCIA DA LUZ. A luz não pode deixar de ser notada! Por isso Jesus disse: "...não se pode esconder uma cidade edificada sobre o monte..." [Mt.5:14]. Nesse sentido, a influência da luz dependerá da posição da lamparina na casa. Se posicionada sobre uma mesa, iluminará a todos ali em volta, se colocada no canto de uma casa projetará a sua luz sobre aquele local em específico. Porém, a intenção do Senhor é que ela esteja numa posição tal "...que ilumine a todos da casa" [Mt.5:15]. E aqui temos um problema: haverão estratégias satânicas para tentar impedir que esse Ostrakino (lamparina) ocupe essa posição de destaque. Por isso, Jesus alertou de que "não se pode acender uma vela e colocá-la DEBAIXO do alqueire".
O alqueire era um vasilhame onde as pessoas colocavam as sementes, era um instrumento de medida. Colocar as lamparinas debaixo de um alqueire levaria ao fogo da lamparina a se apagar pois 'sufocaria' a lâmpada. O ambiente sem oxigênio extinguiria a luz. A lição aqui, é que existem ambientes que podem 'sufocar' o fogo de Deus. Quantas são as pessoas cheias de dons e talentos que tinham tudo para ocupar um lugar de destaque na casa, mas acabaram por serem sufocadas simplesmente por seu 'brilho' incomodar...É preciso identificar ambientes e pessoas que 'sufocam' o brilho de Deus. A vontade de Deus é a de que toda a casa seja iluminada. O Senhor Deus quer através da sua vida INFLUENCIAR vidas e ser glorificado através de você.
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